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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

alpha blondy

 Alpha Blondy, nascido Seynou Koné, em 1953, na cidade de Dibromko, na Costa do Marfim, África Ocidental, é o maior nome do reggae daquele continente, onde é bastante popular, e um dos astros mundiais do gênero. Ele começou cedo na música, mas com uma banda de rock. Ao reggae, seria apresentado quando passou uma temporada de quatro anos nos Estados Unidos, onde estudou inglês, e fez faculdade de administração. Em 1976, ele assistiu a uma apresentação do jamaicano Burning Spears em Nova Iorque, e despertou seu interesse pelo ritmo jamaicano. Sua carreira começaria para valer nos primeiros anos da década de 1980, quando gravou os primeiros discos. Mais de 20 anos depois, ele se tornou um astro internacionalmente reconhecido, com vários sucessos, uma discografia com 15 álbuns, e um DVD (ao vivo, no Zenith, em Paris). Alpha Blondy distribuiu esta entrevista com a imprensa brasileira, na qual comenta sua trajetória, seu estilo, e política.
No começo de sua carreira, na Costa do Marfim, ele fazia parte da Atomic Vibration uma banda de rock, mas revela que aderiu ao reggae, por causa da dimensão espiritual do gênero: “E para defender minha identidade africana. Porém, ainda pratico meu controle pela diversificação musical, é por isso que toco roots reggae com rock”.

As letras para ele são tão importantes quanto a música, e geralmente tem um conteúdo político e social. Alpha Blondy é dos que acreditam que a música pode influenciar a sociedade: “Até onde sei, pobreza não é uma profissão, nem uma fatalidade. Portanto, ainda espero que os políticos entenderão minha mensagem, e creio profundamente que mudanças acontecerão antes de eu morrer”.

Um engajamento que levou o governo de seu país a nomeá-lo Embaixador da Paz da Costa do Marfim. Ele diz que a honraria não mudou sua vida, porém reforçou seu interesse por lutar também pela paz no continente: “Na verdade, muito antes de minha nomeação, eu sempre defendi a paz na África e no restante do mundo. Minha nova missão reforça meu sonho pela paz no continente africano, com o fim dos golpes militares e guerras civis estúpidas”.

Uma das características de Alpha Blondy é seu costume de cantar em vários idiomas – inglês, francês, hebraico, árabe, dialetos africanos. Segundo ele, procede assim por achar que cantando em várias línguas é mais fácil espalhar a paz pelo mundo. Mesmo assim o idioma principal de suas canções é o francês, língua oficial da Costa Marfim, que deixou de ser colônia da França em 1960 (embora parte fosse independente há décadas).

A dobradinha de Alpha Blondy com os Wailers tem sido uma constante na carreira dele, e remonta a 1984, quando começava a carreira: “Conheci os Wailers na Jamaica naquele ano e gravamos uma música chamada Cocody rock, e fizemos Jerusalem juntos. Muitos dos meus discos foram gravados no Tuff Gong (também utilizado por Bob Marley), em Kingston, por causa da ótima qualidade do lugar”.

Para Alpha Blondy, a Jamaica é como uma meca, pelo impacto que a música de Bob Marley teve sobre ele. E suas influências não vêm apenas do Rei do Reggae: “Sou fã de Bob Marley, e adoro todos os grandes artistas do reggae, nomes feito Morgan Heritage, Burning Spear, Michael Rose, Lucky Dube etc”. O prestígio de Blondy no meio do reggae é tanto que, não poucas vezes, ele tem sido considerado sucessor de Bob Marley, o que contesta com veemência: “Não sou o sucessor de Bob Marley, de forma alguma. Sou seu discípulo. Vamos dizer que sou uma estrela no céu do reggae, enquanto Bob Marley é o sol”.

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